O Brasil tem uma história intimamente vinculada à Bahia. O Estado colonial português tem a Bahia como espelho. Trabalho escravo, colonizador faltoso. Crescimento em geométrica da população escravizada, responsável quase que exclusivamente pela força de trabalho consequentemente geradora dos bens de consumo e “commodities” (açúcar, algodão, gado) e extrativismo (madeira, ouro e pedras preciosas). Alta concentração de renda e poder. Tardia e precária e maquiada libertação de escravos. Isso perdura um pouco amenizado com políticas públicas de transferências de renda iniciada por FHC e ampliada por Lula, porém não atinge o âmago do problema que é a boa formação educacional e qualificação para o trabalho.
A Bahia atual, como parte do país, viveu e vive a reprodução da pobreza da antiga classe de escravos, pois teve uma ação tardia e precária (deficiente) para inserção “escravo liberto” no mercado de trabalho em vistas de formar uma mão de obra qualificada (visão burra e imediatista) via acesso a educação promovendo melhoria das condições vida, ou seja, emprego, renda, habitação, consumo e expectativa de ascensão social.
Na Bahia e no Brasil, criou-se uma cultura que consolidou-se em uma parte significativa do país, valorizando de forma maquiavélica, a docilidade, a submissão, a inércia, o subdesenvolvimento mental, reforçando a incredulidade o sentimento de impotência e por sua vez a falta de perspectiva de mudança do “status quo”. A realização humana de forma mais clara se resume, a expressão dos sentidos “prazerosos”, beber, dançar, fornicar, torcer e matar pelo time preferido. A maioria não enxerga e não se interessa (ou não acredita na melhoria dos serviços de educação, saúde e lazer) por boas escolas, esportes e lazer, segurança, respeito ao próximo (quanto mais ao distante). O Administrador por sua vez caminha pelo caminho mais fácil, para manter seu eleitorado com menor esforço, tratando de proteger seus apaniguados e defendendo o seu (que poderia ser público).
A despeito disso, e apesar disso, a Bahia, Salvador e Juazeiro, por falta de opção e precariedade (incompetência e desinteresse) de nossos políticos comprometidos com a população e o bem comum, jamais conseguiu ter alternância real de poder que valha a pena para desenvolver um Estado que é maior que muitas nações (a França), por exemplo. Um estado que já foi a 7ª economia do país (apesar de em 2009 ter o melhor IDH do NE, acho que já deve ter caído está entre os últimos).
A região norte da Bahia é muito desprezada pelo Estado e seus representantes em nível federal, estadual, municipal e entidades públicas e privadas regionais, com exceção de Paulo Afonso (Chesf). Nem em Juazeiro nem nas cidades do entorno existe ação condizente para sair do marasmo e estagnação pelo menos no visível no seu ambiente urbano. Só se percebe exclusivamente em Juazeiro pontuais ações de iniciativa privada na área supermercadista, fora isso muita balela.
Atualmente Juazeiro vem agregando predominantemente mais e mais a população de menor poder aquisitivo das redondezas - ampliando a demanda por serviços sociais cada vez mais defasados - por ter custo de moradia mais barato, enquanto Petrolina atrai o capital empresarial (inclusive) e técnico para trabalhar, residir e investir por oferecer maior oportunidade de valorização. Isso amplia mais e mais as dificuldades de arrecadação (círculo vicioso - Juazeiro x círculo virtuoso- Petrolina).
PETRONIO CAMPOS DE OLIVEIRA
CODEVASF/GRI/UGE (Unidade de Gestão de Empreendimentos de Irrigação)
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Foto: skyscrapercity.com Fonte: Geraldo José |