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Trajetória política de Otto já o presenteou com “avesso radical”


 


O nome do vice-governador Otto Alencar (PSD) é, sem dúvidas, o mais lembrado quando cogitado alguém para encabeçar a chapa majoritária de 2014 que não seja do PT. O dirigente do novo partido insiste em afirmar que não está no páreo para suceder Jaques Wagner. “Sou candidato a candidato ao Senado”, é o que declara com frequência.

Nos bastidores corre solta a informação de que se o “cavalo for selado”, Otto não deixa de montar. O breve relato, feito pelo próprio, sobre a trajetória política não deixa dúvidas sobre a possibilidade, mesmo diante da negativa.

“Estou me colocando como candidato a candidato ao Senado, mas não é uma coisa obsessiva, apaixonada, é tudo de forma natural como sempre foi na minha vida. Por exemplo: eu nunca pensei em ir para o tribunal, fui para o TCM. Quando cheguei, pensei que não ira sair, terminei saindo. Sempre tive a vida serena, mas de vez em quando acontece um avesso radical”.

Otto brinca com as declarações que o antigo aliado, senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007, fazia com relação à dedicação do político à medicina. “Era só médico e professor universitário. Quando teve a abertura democrática, os colegas do hospital me escolheram para concorrer ao cargo de deputado e fui eleito. O senador Antônio Carlos brincava comigo dizendo que eu nunca seria grande na política porque eu era dividido entre a política e a medicina. De alguma forma ele acertou”.

Modéstia à parte, Otto tem em suas mãos a caneta que assinará as principais intervenções destes últimos dois anos de governo Jaques Wagner. A despeito de negar as condições favoráveis, o secretário estadual da Infraestrutura, cargo acumulado pelo vice-governador, reconhece que muita coisa será realizada neste biênio final.


“Esse ano vai ser de grandes realizações ou pelo menos de início de grandes realizações. O início da construção da Ponte do Pontal, em Ilhéus, a duplicação da rodovia Itabuna-Ilhéus, a Ponte de Maragojipe que é uma senhora obra. O Estaleiro Enseada Paraguaçu que é um novo Pólo Petroquímico da Bahia, a JAC está em obras, Foton, a parte de mineração coloca a Bahia como o estado com maior desenvolvimento hoje no Brasil, além de Caetité, tem Maracás, Camamu, os parques Eólicos. O estado está em franco desenvolvimento”.

Principal desafio da pasta comandada por Otto, no entanto, parece ser resolver o problema do sistema Ferry Boat. Durante o Carnaval, segundo o secretário, houve um aumento de 20% no número de pessoas que utilizaram o equipamento fazer a travessia Bom Despacho/Salvador. Os carros aguardaram no máximo três horas para embarcar. Tempo considerado razoável pelo vice-governador.

“Até a noite de quarta-feira de cinzas tinham passado pelo ferry 240 mil passageiros, 26 mil veículos, 8 mil motos. Isso em oito dias. Foi muito intenso. Um aumento de quase 20% em relação a 2012. O problema do sistema é que estamos funcionando com cinco embarcações, se quebra uma, prejudica tudo. É um time sem reserva. Se sair o goleiro não tem quem vai para o lugar. A gente fica tenso e preocupado o tempo todo”.

Enquanto conversava com a reportagem do Bocão News, Otto Alencar recebeu uma mensagem que o deixou animado. “Os eixos do Agenor acabaram de chegar. Três meses e meio de espera. Vieram da Alemanha. Nos próximos 15 dias, o Agenor e o Juracy ficarão prontos e operaremos com sete embarcações. Quando comprarmos os três novos fechamos a conta com 10”.

Contudo, a espera pelos novos navios promete ser longa. “Demora por causa da burocracia. A primeira licitação que fazemos é a de pré-qualificação das empresas. Lancei o edital em todos os jornais do Brasil, mandei para todas as embaixadas em Brasília e comuniquei aos países interessados em vender. As empresas qualificadas vão se apresentar”.

Feito isso, outra batalha será travada. “Depois lanço um edital de licitação de preço. A empresa, sendo qualificada e apresentando o melhor preço, terá que entregar os ferries aqui. Deve vir de navio. Isso deve levar um tempo. Porque tem internacionalizar o equipamento. Mais demora. Ainda tem que treinar a mão de obra para operacionalizar. São ferries com capacidade para 200 automóveis e em torno de 1.5 mil passageiros. Praticamente quatro vezes o que pega o Pinheiro”.

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