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Mineira vende biquínis e vestidos para a China por até R$ 1 mil



Moda brasileira ganha a China16 fotos

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Biquíni da grife Cecília Prado. Desde 2006, a marca exporta para o mercado chinês. Hoje, 8% das 4.000 peças produzidas (entre vestidos, blusas, jaquetas e biquínis) mensalmente vão para o país asiático. Divulgação
Da pequena cidade de Jacutinga (MG) –com 22,7 mil habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)– saem vestidos, blusas, jaquetas e biquínis que vão para os Estados Unidos, a Europa e a China.
As criações da estilista mineira Cecília Prado, 30, ganharam o mercado externo e, principalmente, o chinês, contrariando a onda de invasão de produtos asiáticos no Brasil, que vem prejudicando a produção das confecções nacionais.
Em 2012, segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), o país importou US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) em produtos têxteis. As mercadorias chinesas representaram 42% (R$ 5,5 bilhões) desse total.
Das 4.000 peças produzidas mensalmente pela estilista, 8% vão para a China. Um vestido da grife no mercado chinês custa, em média, US$ 500 (cerca de R$ 1.000), enquanto no Brasil o mesmo produto custaria R$ 600. Os preços dos biquínis comercializados na China vão de R$ 200 a R$ 650.
"A China é um dos maiores mercados do mundo. Se a marca fizer sucesso lá, vende muito", afirma Prado.
Para o presidente da Abest (Associação Brasileira dos Estilistas), Valdemar Iódice, existe uma fatia de pessoas no mercado chinês que gosta de produtos diferenciados e de maior valor. "É a classe emergente que está atrás de produtos de qualidade e exclusivos que não são encontrados no mercado interno", diz.
Para conquistar esse público, no entanto, Iódice afirma que o estilista deve criar uma coleção com DNA próprio, qualidade, design e bom preço.
Prado concorda com a opinião de Iódice e diz que para ter sucesso no mercado chinês, as peças precisam ter originalidade, criatividade e um visual exclusivo. "O segredo é fazer um produto com muita identidade e que eles não encontrem nada similar no mercado interno. Assim, dificilmente vão conseguir plagiar."

Oportunidade surgiu em feira

De acordo com a estilista, a oportunidade de exportar para a China surgiu durante uma feira internacional de moda, em 2006.
No próprio evento, houve a primeira encomenda de peças por um empresário chinês. Hoje, a marca é revendida em sete pontos de venda no país asiático.
Segundo Iódice, antes de pensar em exportar, o empreendedor deve atuar por dois anos, no mínimo, no mercado interno. "Com essa experiência, ele começa a entender melhor o setor e pode começar a investir na exportação."
A grife mineira –que leva o nome da estilista– exporta atualmente 82% de sua produção para mais de 20 países, incluindo o mercado chinês. O faturamento não foi divulgado
A exportação é uma alternativa que começou a ser usada pela indústria têxtil para driblar as quedas nas vendas no mercado interno, ocasionada, principalmente, pelo volume de importações de mercadorias chinesas. Em 2012, o setor faturou R$ 113,4 bilhões, 15,3% a menos do que no ano anterior (R$ 134 bilhões), segundo a Abit.
De acordo com a entidade, as indústrias do segmento terminaram o ano passado com 130 mil postos de trabalho a menos do que em 2011.
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